sexta-feira, 27 de maio de 2011

Semana Integrada de Cursos - Arquitetura e Engenharias

A Unipac Bom Despacho promoveu durante os dias 23, 24, 25 e 26 de maio a Semana Integrada dos Cursos de Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Civil, Engenharia Ambiental e Sanitária, Agronomia, Engenharia de Telecomunicações.
Durante o evento foram promovidas diversas atividades como palestras, mini-cursos, mesas redondas, exposições e mostras de trabalhos desenvolvidos pelos alunos.
Dentre os trabalhos, foram apresentadas as intervenções dos alunos do 1º Período cujo tema era os sentidos humanos e também o Sexto Sentido, que foi o tema do meu grupo.

Painel Sexto Sentido

Paladar

Tato

Audição

Visão

Olfato

Olfato

Tato


domingo, 15 de maio de 2011

Inhotim

O instituto inhotim caracteriza-se por oferecer um grande conjunto de obras de arte expostas a céu aberto ou em galerias temporárias e permanentes, situadas em um jardim Botânico, de rara beleza. O paisagismo teve a influência inicial de Roberto Burle Marx e em toda a área são encontradas espécies vegetais dispostas de forma estética, em terreno que conta com cinco lagos e reserva de mata preservada. É uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público. Além desses espaços de fruição estética e de entretenimento – que lhe garantem um lugar singular – desenvolve também pesquisas na área ambiental, ações educativas e um significativo programa de inclusão e cidadania para a população do seu entorno. O Instituto Inhotim foi idealizado pelo empresário Bernardo Paz em meados da década de 1980 e, 1984 o local recebeu a visita do renomado paisagista Roberto Burle Marx, que apresentou algumas sugestões e colaborações para os jardins. Desde então, o projeto paisagístico cresceu e passou por várias modificações. A propriedade particular foi se transformando com o tempo. Começava a nascer um grande espaço cultural, com a construção das primeiras edificações destinadas a receber obras de arte contemporânea. Ganhava vida também o rico acervo botânico, consolidado a partir de 2005 com o resgate e a introdução de coleções botânicas de diferentes partes do Brasil e com foco nas espécies nativas.
Fonte:WWW.inhotim.org.br



Doug Aitken


Ao longo de uma década, Aitken tem desenvolvido um conjunto de obras que revelam as mudanças e contradições da época em que vivemos, tema que tem pautado grande parte seus trabalhos, e no qual Sleepwalkers se insere – a narrativa não linear, alienação, a condição humana para com o espaço físico e arquitectónico. Em i am in you, também uma video-instalação, é mostrada uma menina que dorme dentro de uma casa pré-fabricada transportada ao longo de uma autoestrada. Nas obras de Aitken, todo um discurso visual é montado, discutindo a temática enunciada acima, e, só através de uma leitura individual dos elementos retratados e compreendendo o seu contexto espacial e social – o detalhe narrativo – é possível entender em pleno as obras por ele realizadas. Doug Aitken, nasceu na Califórnia, Estados Unidos da América em 1968. estudou na Marymount College, Califórnia, e prosseguiu os estudos em 1987 tirando um Bacharelato em Belas Artes no Art Center College of Design em Pasadena, onde se formou em 1991.O Tema central, tem sido a exploração da relação entre o indíviduo e aquilo que o rodeia, um tema tradicional que Aitken renovou, com originalidade e força. Até a organização de Sleepwalkers (2007), uma video-instalação monumental nas paredes exteriores do MoMA (Museum of Modern Art), e que veio a tornar-se a sua obra mais conhecida, Aitken era reconhecido pelas suas obras de video-instalação multi-ecrã como electric earth (1999) que ganhou o prémio internacional da Bienal de Veneza em 1999 e i am in you (2000). Em todas elas Aitken aplica aquilo a que ele chama de “Broken Screen”, os diferentes ecrãs são utilizados de forma a expandir os limites do cinema enquanto meio, dando a hipotesse ao observador em escolher o ponto de vista que quer tomar, fazendo da obra uma espécie de imagem refractada de uma realidade como aquela de um caleidoscópio.

Helio Oiticica

Hélio Oiticica foi um dos mais criativos artistas plásticos brasileiros. A síntese de sua obra são seus belos "Parangolés" (1964): capas, estandartes ou bandeiras coloridas de algodão ou náilon com poemas em tinta sobre o tecido a serem vestidas ou carregadas pelo ator/espectador, que passa a perceber seu corpo transformado em dança. Quase uma poesia, pois a obra de arte só se revela quando alguém a manuseia, a movimenta. Como bem definiu o poeta Haroldo de Campos, o "Parangolé" é uma "asa-delta para o êxtase". Carioca anarquista, Oiticica transitou entre os morros do Rio de Janeiro e os Estados Unidos, onde morou de 1948 a 1950, época em que se mudou com a família, e a partir de 1970, quando foi para Nova York. Aluno de Ivan Serpa, iniciou sua trajetória artística ligado às experiências concretas e neoconcretas. Das pinturas em guache sobre cartão, saturadas de cor e sem perspectivas, rompeu com o conceito tradicional de quadro e elaborou os "Monocromáticos" ou "Invenções" (1958-1959): placas de madeira que recebem várias camadas de tintas e dispostas na parede aleatoriamente. Cada vez mais desejoso de integrar a arte à experiência cotidiana, passou a propor a participação do espectador pela vivência visual, em obras como os "Bilaterais" e os "Relevos Espaciais" (1959): placas de madeira pintadas e suspensas por fios presos no teto; e os "Núcleos" (1960-1963): placas de madeira pintadas em sua dupla face e penduradas no teto por um suporte de madeira. Os primeiros parangolés são construções em madeira a serem penetradas pelo espectador, que caminha sobre areia, toca em objetos, escuta ruídos etc. Os segundos, recipientes de diversos materiais, como madeira, vidro, lata e plástico, contêm elementos como areia, pedra e carvão colorido, que devem ser manipulados.



Miguel Rio Branco

Miguel Rio Branco tem seu nome predominantemente ligado à fotografia, mas seu trabalho se expande também pelas instalações e pinturas. No entanto, é nas fotos que se encontra o cerne de sua construção poética. A questão do olhar permeia toda sua obra. Há uma clara escolha por personagens e objetos marginais nas suas fotografias. Ao descentrar, ao deslocar sua objetiva para fora do centro, cada corpo e objeto fotografado trazem sempre as cicatrizes da existência e de sua dura passagem pelo mundo. Muito do drama que encontramos em suas imagens deriva de um uso todo singular da luz e da cor. Miguel Rio Branco é um dos maiores poetas da cor da arte contemporânea. Suas fotos não são, de forma alguma, factuais, atuam no campo da poesia. Objetos e pessoas gozam do mesmo estatuto formal na obra de Miguel. Mas esse horizonte não é traçado numa perspectiva formalista; ao contrário: os objetos se emancipam e vibram energicamente como coisas porque estão imantados dos usos que deles fazem os seres humanos. É como mediadores de relações humanas, e não simples instrumentos passivos, que eles se inscrevem na obra do artista Miguel Rio Branco. Miguel Rio Branco é de um dos artistas nacionais com maior projeção no exterior, com obras no acervo de coleções públicas e particulares europeias e americanas, e no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; Museu de Arte Moderna de São Paulo; o Museu de Arte de São Paulo; Centro George Pompidou, em Paris; o San Francisco Museum of Modern Art; o Stedelijk Museum, em Amsterdam; o Museum of Photographic Arts of San Diego e no Metropolitan Museum de Nova York. No Centro de Arte Contemporânea Inhotim (MG) está em construção um pavilhão subterrâneo para acolher exclusivamente a sua obra.

Fonte: WWW.
bibliotecadigital.fgv.br

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Intervenção Sexto Sentido

Foi proposto aos alunos o desenvolvimento de uma intervenção nos corredores do prédio 2 da Unipac Bom Despacho, tendo como tema os sentidos humanos. O nosso grupo ficou com o Sexto Sentido.

“O sexto sentido é, na linguagem comum, o equivalente a intuição, premonição, precognição ou pressentimento embora, na essência, cada um destes termos signifiquem fenômenos "psi" distintos. Funcionalmente, o sexto sentido não age como a visão ou a audição. Ele está mais próximo da premonição que se parece mais com uma sensação do que com um sentido. É a sensação de que algo vai acontecer ou pode acontecer. Relaciona-se também com possibilidades.
Para compreendermos o sexto sentido temos de nos lembrar que o cérebro é multifuncional, multifocal e processa informação recorrendo a diferentes fontes a maioria das quais com origem em níveis não conscientes. O sexto sentido é também menos cognitivo e mais emocional e instintivo. É um produto da evolução e é tão antigo como a espécie humana e parece existir em outros mamíferos. Hoje em dia é estudado em laboratórios de várias universidades famosas.”
Entrevista fornecida por Nelson Lima à jornalista Ana Catarina Pereira da revista FOCUS (Portugal)

Nossa proposta foi a de montar no hall da escada do corredor 7 um painel com fotos de construções não planejadas e do cotidiano que levem as pessoas a imaginarem os resultados futuros. O que poderia ser percebido e pressentido através daquelas imagens. Como isto pode interferir e ser sentido por cada um de nós?
Paralelamente também desenvolvemos uma maquete do prédio da faculdade e uma maquete somente do local da intervenção.

Para ilustrar, postamos algumas fotos.


Primeiros croquis

Maquete da Intervenção
A proposta é montar um painel com fotos em formato A4

Montagem da maquete do prédio 2



Maquete do prédio 2 quase finalizada

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Cildo Meireles

Cildo Campos Meirelles nasceu em 1948 no Rio de Janeiro.
Começou seus estudos sobre artes em Brasília, passando pelo Rido de Janeiro. Também morou alguns anos em Nova Iorque.
Entre os anos 70 e 80 desenvolveu vários trabalhos que criticavam a Ditadura Militar, entre eles Tiradentes: totem monumento ao preso político e Introdução a uma nova crítica. Muitos de seus trabalhos tem esta natureza política e social.
Em 1999 foi o primeiro artista a fazer uma mostra individual no Museu de Arte Contemporânea de Nova Yorque.
Cildo é hoje um dos grandes artistas brasileiros bem conceituados no exterior. Recentemente teve um de seus trabalhos premiados na Espanha.
Cildo tem expostos em Inhotim dois grandes trabalhos: Desvio para o vermelho e Através, obra em que o artista trabalha com a nossa maneira de perceber o espaço e o mundo. Usando objetos de barreiras como grades e cercas, ele nos dá a ideia de que é possível transpor estas barreiras.
Algumas obras:
Camelô
Entrevendo
Inserções em Circuitos Ideológicos – Projeto Coca-Cola
Parla
Strictu
Zero Cruzeiro
Zero Dólar
Desvio para o vermelho – Exposta no Instituto Inhotim
Através - Exposta no Instituto Inhotim



Camelô


Entrevendo



Desvio para o vermelho – Exposta no Instituto Inhotim
“Neste sentido, Desvio para o Vermelho é um de seus trabalhos mais complexos e ambiciosos – concebido em 1967, montado em diferentes versões desde 1984 e exibido em Inhotim em caráter permanente desde 2006. Formado por três ambientes articulados entre si, no primeiro deles (Impregnação) nos deparamos com uma exaustiva coleção monocromática de móveis, objetos e obras de arte em diferentes tons, reunidos “de maneira plausível mas improvável” por alguma idiossincrasia doméstica. Nos ambientes seguintes, Entorno e Desvio, têm lugar o que o artista chama de explicações anedóticas para o mesmo fenômeno da primeira sala, em que a cor satura a matéria, se transformando em matéria. Aberta a uma série de simbolismos e metáforas, desde a violência do sangue até conotações ideológicas, o que interessa ao artista nesta obra é oferecer uma seqüência de impactos sensoriais e psicológicos ao espectador: uma série de falsas lógicas que nos devolvem sempre a um mesmo ponto de partida.” (http://www.inhotim.org.br/index.php/arte/obra/view/170)






Através







Sylvio de Podestá na Unipac Bom Despacho

No dia 06/04 foi realizada pela Unipac Bom Despacho a aula inaugural do curso de Arquitetura e Urbanismo.
O evento contou com a participação do arquiteto mineiro Sylvio de Podestá que realizou palestra para alunos e professores do curso.

sábado, 26 de março de 2011

A CADEIRA QUE TE ACOMPANHA

Foi proposto o desenvolvimento de um projeto de uma cadeira dentro da disciplina de Projeto I. A cadeira deveria ser desenvolvida para uma determinada pessoa, tendo então características que atedessem às suas necessidades.
Memorial Descritivo
Cliente: Maria Aparecida
Produto: Cadeira Especial

Objetivo:
Atender a uma necessidade especial da cliente, que após uma queda teve parte do fêmur substituído por uma prótese.
Após a cirurgia a cliente passou a ter que tomar alguns cuidados especiais, principalmente ao se sentar.

Características:
- A cadeira deve ser um pouco mais alta que as cadeiras comuns, tendo uma altura ideal de 50 cm do chão ao assento.
- Como a cliente também gosta muito de assistir TV, desenvolvendo trabalhos manuais, como crochê, o conforto da cadeira também foi pensado. Para isso, o assento foi projetado com 50cm de largura e 40cm de profundidade.
- Foi desenvolvida com apoio para os braços, facilitando assim a mobilidade ao se levantar e assentar. Também usado para repousar os braços.
- O encosto, levemente reclinado para trás, também garante maior conformo para o corpo.

Materiais:
- A cadeira será confeccionada em madeira.
- Terá um acolchoamento em espuma de densidade firme, porém que proporcione o conforto ideal.
- A espuma terá revestimento em tecido de algodão, cuja cor será oportunamente escolhido pela proprietária.

Idéias




Maquete


domingo, 20 de março de 2011

ENTREVISTA - MARIANA FALCÃO

Mariana Falcão Duarte nasceu em Belo Horizonte.
É graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais em 2007. Ainda n
o mesmo ano constituiu parceria e fundou o auCUBO.galeria (http://www.aucubo.com.br/)  juntamente com Daniel Corrêa.
Mariana tem especialização nas áreas de Cenografia e História da Arte e trabalha também nas áreas de arte e projetos de interiores.

É também professora do curso técnico de Design de Interiores no INAP - Instituto de Arte e Projeto, em Belo Horizonte.

- O que te levou a escolher o curso de arquitetura?
Tinha um desejo enorme de cursar faculdade de História da arte, mas como não havia esse curso em BH, me vi obrigada a optar por um curso que me desse habilitação para trabalhar na área. Tinha três opções: História, Belas Artes e Arquitetura. Desenhava muito nessa época, portanto, tive muita vontade de fazer belas artes, mas pesei a parte da prática profissional e do mercado de trabalho que, no cotidiano, fazem toda a diferença. Escolhi arquitetura e acabei me surpreendendo com o curso, com as múltiplas possibilidades de carreira, com a interdisciplinaridade, que me fascina ainda hoje. O curso de arquitetura te dá habilitação para trabalhar em muitas áreas diferentes, basta apenas que você busque uma especialização e qualificação depois de formada.

- Como foi o início da sua vida profissional? Logo que se formou já montou seu escritório próprio?
Quando me formei, no final de 2007, meu namorado e atual sócio já era arquiteto e precisava de ajuda com alguns projetos. Acabei indo trabalhar com ele, depois de ter saído de um outro escritório. Mas dentro da faculdade fiz mais de dez estágios, em quase todas as áreas possíveis: fiz em escritório de arquitetura de edificações, de casas, interiores, paisagismo, escritório de urbanismo, fui bolsista em dois projetos de iniciação científica na área de patrimônio cultural dentro da universidade... participei também de muitos grupos de pesquisa e, durante a faculdade, cursei matérias em outros cursos da UFMG, como filosofia, belas artes e de pós graduação também. Me preparei durante todo o tempo em que estive na faculdade (sete anos no total) para seguir carreira acadêmica, então tenho, inclusive, publicações de ensaios e artigos que escrevi na época. No final do meu curso acabei caindo meio que de para quedas no escritório do meu sócio e fui trabalhar com planejamento e projeto, duas opções de carreira, até então, distantes de mim. Foi aí que descobri uma nova paixão, mas também descobri que, assim como no curso de arquitetura, sinto necessidade de fazer intercâmbios entre objetos de trabalho, misturar áreas e temas. Sou híbrida nesse aspecto profissional. Adoro teoria da arquitetura, mas não seria feliz me dedicando a apenas ela, da mesma forma que o projeto e a prática não me satisfazem por completo. Necessito da interdisciplinaridade na minha vida profissional.

- Para você, o que é arquitetura?
É tudo. Meu pai é design e sempre me disse isso. O design está englobado pela arquitetura e tudo é design: de um palito de fósforo até o lugar onde você trabalha, estuda e mora. Da escolha da trama da colcha que cobre sua cama até o tipo de telha que vai revestir o telhado da sua casa, a arquitetura está presente em tudo. Gosto muito de um livro chamado "O Poder dos Limites" de György Doczi onde ele demonstra a ordem por trás de tudo o que consideramos ser mais orgânico. Ele nos mostra como tudo em nossa vida, tudo na natureza, possui uma lógica muito precisa por detrás. Acho isso fascinante.

- Quais arquitetos te inspiram?
Sempre fui péssima com nomes de arquitetos, mas pra citar alguns, gosto de Tadao Ando e Márcio Kongan (brasileiro) pela simplicidade das formas, pela elegância do bruto e do puro; Zaha Hadid pela capacidade de elaboração e visão de futuro... os projetos dela são brilhantes, parecem saídos de filmes. E tenho orgulho dela ser mulher. As mulheres tendem mais para a arquitetura de interiores, o que acho legal, mas é historicamente previsível de certa forma. Essa coisa de cuidar da casa sempre foi uma terefa direcionada para elas e é natural que elas se saiam muito bem nisso. Mas gosto da idéia de uma arquiteta iraquiana ter conseguido criar o que Zaha cria e ter expandido os limites não só fisícos, mas psicológicos e sociais das maneiras de morar, trabalhar e viver na cidade.

- Que obra de arquitetura te emociona?
Acho que para uma obra de arquitetura te emocionar você tem que ver pessoalmente, chegar perto, tocar. Não sou muito fã de Nyemeyer, mas conhecer o MAC em Niterói foi emocionante. Subi aquele morro a pé e aos poucos fui me aproximando daquela imensa escultura cravada na rocha. Gosto muito da Lina Bo bardi, acho o MASP, em São Paulo uma obra fantástica não apenas pela plasticidade, pela competência na engenharia e no cálculo - o que tornou possível executar um vão livre como aquele. Mas todo o museu é interesante, a maneira como ela interliga os espaços. O projeto dela no Sesc Pompéia é lindo também, principalmente pela poesia, pelo reaproveitamento do espaço (era uma antiga fábrica), pelo objetivo do projeto, pela arquitetura de interiores. O anexo construído, as piscinas, as aberturas... aquele lugar tem uma energia muito boa, dá vontade de visitar todos os dias e assistir as exposições, peças, biblioteca...Não é preciso erguer nada de muito extraordinário para que a emoção brote da arquitetura, acho que o conjunto - o objetivo, o projeto, a forma de execução, a consciência ambiental - tudo isso interfere na emoção que aquilo ali vai gerar.

- Como você se inspira para desenvolver seus projetos? Como é seu momento de criação?
Bom, depende muito do que vou criar. Se é um ambiente interno, se é uma edificação, se é um mobiliário ou objeto com um design específico. É necessário ter em mente o objetivo, os condicionantes do projeto, os desejos do cliente e meus próprios princípios também. Muito frequentemente essas duas coisas se chocam e é necessário muito jogo de cintura para articular todos esses aspectos. Trabalhando em sociedade ainda conto constantemente com as observações do meu sócio e vice versa. É um processo que começa com discussões, observações e definições. Passa pro papel, pro esboço...vai pro computador para ganhar medidas precisas no Cad e volumetria no Sketch up. Depois temos mais discussões e vamos lapidando o objeto até ele ganhar a forma final. Pra me inspirar, depende muito do que o cliente quer. Gosto de fazer pesquisa de obras análogas, busco referências de coisas que vi em viagens, em lugares diferentes. Tiro muitas fotos, tenho muitas revistas e gosto de observar...as idéias aparecem aí.

- Qual o projeto você julga ter tido grande peso no desenvolvimento da sua carreira? E qual foi o mais desafiador?
Acho que todos tiveram grande peso, quando estamos com um projeto em mãos sempre acreditamos que aquilo ali trará um diferencial na nossa vida profissional. Você nunca sabe de onde os clientes podem vir, por isso é importante trabalhar e cuidar dos grandes e dos pequenos projetos com a mesma consideração. Às vezes um projeto pequeno de hoje pode virar seu maior projeto de amanhã. O primeiro grande projeto que fiz com meu sócio, foi do Spa Mais Vida, com sede em Nova Lima. Foi bem desafiador pois era uma academia de ginástica de vão livre que se transformou em um spa de alto luxo de 1000m² com mais de 15 salas de massagem, fitness especializado de alto tecnologia, clínica médica, lanchonete, lounge com espelho dágua. Foi uma obra que durou 70 dias e o resultado ficou bem bacana.

- Em quais cidades da região seu escritório atua?
Em Belo Horizonte e Nova Lima, principalmente.

- O que você julga importante para a boa formação do profissional de arquitetura?
Acho importante ter calma, fazer bem feito e devagar, se necessário. Acho fundamental fazer estágio, buscar prática ainda na faculdade para que, quando chegar a hora de se lançar ao mercado, você tenha mais preparo profissional e psicológico, que é fundamental. Acho importante o aluno ir além do que a faculdade oferece, buscar cursos de qualificação em outras áreas, participar de eventos, palestras, encontros, que são formadores de opinião. Não devemos nos acomodar e achar que a faculdade tem a obrigação de nos ensinar tudo o que precisamos aprender, pois o papel dela é principalmente nos apresentar a diferentes universos. Quem vai desvendá-lo ou não é cada aluno.

- Como você vê o mercado de trabalho hoje e como imagina o futuro para os alunos hoje no 1º período do curso?
Sendo bem realista o mercado está saturado em várias áreas enquanto em outras necessita de profissionais especializados. Acho importante buscarmos um diferencial para que o mercado nos absorva. Trabalhar com tecnologias diferentes, formatos diferentes, buscar licitações, concursos, acho que os alunos de hoje tem que estar antenados com a evolução natural das coisas. Não dá pra ficar esperando o cliente bater na porta, pois assim, você recebe dez mil em um mês depois passa outros cinco meses sem trabalho nenhum. Tem que correr atrás das oportunidades.

- Qual mensagem você deixa para aqueles que querem seguir a carreira?
Que eles sejam ativos, curiosos e não se acomodem. Não se deixem levar por modismos, tendências. O grande diferencial de um profissional da arquitetura é que ele trabalha com a criatividade e acho que isso deve ser exercitado continuamente ao longo de sua vida.

sexta-feira, 18 de março de 2011

A PIRÂMIDE ESCALONADA DE SAQQARAH

O enorme Complexo Funerário foi criado para o grande faraó Djoser. Saqqarah é uma região montanhosa, localizada na região de Menfis, ao sul da cidade do Cairo. É conhecido como a moradia dos mortos.
Imhotep, o grande conselheiro do faraó foi o responsável pelo "projeto, planejamento, administração e contrução de uma das mais fantásticas e mais audaciosas obras já realizadas pela humanidade" (Cunha, José Celso. A história das Construções. p.188).



O complexo contava com uma enorme muralha de proteção e um portão de entrada monumental. Um hall principal, um pátio cerimonial, o pavilhão real e capela, sendo a pirâmide o principal monumento, que guardaria a múmia do grande Djoser em seu descanso eterno. Tudo isso com riquesa de detalhes técnicos, dignos de um faraó.
Ali nascia a arquitetura.




Fonte: Cunha, José Celso da. A História das Cosntruções. Vol.1

domingo, 27 de fevereiro de 2011

TADAO ANDO - OBRAS

AWAJI YUMEBUTAI
O Yumebutai Awaji é um complexo de hotéis, auditórios, interiores e exteriores, jardim botânico e jardim de inverno , localizado na Ilha Awaji , Japão . Foi planejado como um memorial do grande terremoto que ocorreu na região de Kobe. Ele é construído na encosta de uma colina, cuja terra foi utilizada como preenchimento em outro projeto importante que ocorre na área da baía de Osaka, reconstruindo a paisagem que havia sido destruída.




IGREJA DA LUZ
A Igreja da Luz, assim como as demais obras de Tadao Ando, é marcada por uma profunda simplicidade formal e monumentalidade espacial, que lhe impregna uma forte sensação de espiritualidade e de contato com a natureza e com os elementos, sem no entanto estar diretamente ligada a qualquer deidade ou religião em particular. A luz como elemento de aproximação espiritual, é aqui trabalhada de forma magistral, e suas paredes de betão, que com cerca de 7 metros de altura, conferem uma escala monumental e imponente a todo o conjunto.
Construida em um suburbio de Osaka, mais precisamente em Ibaraki, e com 113 m2 de área, a Igreja da luz se constituiu a partir da secção de um volume retangular por um muro independente estruturalmente, separando assim o vestíbulo da capela propriamente dita.
A parede atrás do altar é recortada, formando um vazio de uma cruz. E é por meio dessa abertura que a luz entra iluminando o templo escuro. A luz é, na realidade, o único elemento natural que penetra no edifício, julgando e subjugando todos os elementos compositivos e materiais que formam a igreja.



GUSTAVO PENNA - OBRAS

EXPOMINAS - BH
A visão do centro para quem chega de frente é monumental. Um grande portal marca sua entrada nobre ao eixo principal dos percursos.
Foi pensado de forma a dar rapidez e menor custo na execução dos eventos ali realizados. Segundo os próprios criadores, a versatilidade é a característica principal do centro. São três pavilhões autônomos, que também podem ser interligados.




MEMORIAL DA IMIGRAÇÃO JAPONESA
O museu a céu aberto celebra a amizade entre o Japão e o estado de Minas Gerais e o que essa relação foi capaz de construir, segundo site do próprio Gustavo Penna.
O museu é uma ponte sobre um lago, que liga os territórios. O percurso parte do Japão para Minas. Foram dispostas de cada lado paredes curvas que fazem alusão às duas bandeiras: o círculo e o triângulo vermelhos.
O memorial está localizado no Parque Ecológico Promotor José Lins do Rego, na Pampula, em Belo Horizonte.




LINA BO BARDI - OBRAS

MUSEU DE ARTE DE SÃO PAULO - MASP
Uma dos aspectos mais importantes da obra de Lina Bo Bardi é a sensibilidade demonstrada em relação aos lugares em que trabalhava, sabendo valorizar e preservar os elementos relevantes, valorizando-os pela inclusão de componentes modernos. A mesma observação vale para situações de intervenção no meio urbano, rural ou no interior de construções existentes.
O MASP é o grande exemplo de diálogo entre lugar urbano e intervenção, em que as sugestões do primeiro se incorporam à forma sem determiná-la.



SESC POMPÉIA
Ao visitar a Fábrica de Tambores, o lugar onde seria implantado o SESC (1977), a arquiteta Lina Bo Bardi, encontrou uma bela construção, feita com estrutura pioneira no Brasil de concreto armado com vedações em alvenaria. O que mais chamou a atenção da arquiteta, porém, foi o espaço que, durante os finais de semana era povoado por famílias com crianças brincando e jovens se divertindo. A arquiteta, percebendo a espontaneidade e veracidade daquelas atividades, considerou a situação presenciada para o partido do projeto: “Pensei: isso tudo deve continuar assim, com toda esta alegria”.
A velha fábrica, construída a partir de tecnologia importada e sofisticada para a época, haveria, para a arquiteta, de ser reinventada. O projeto do SESC Pompeia propõe a manutenção do espaço livre dos galpões, mas sugere catalisadores das atividades e da vitalidade do lugar: as funções da antiga estrutura seriam reprojetadas e o projeto de tecnologia fabril seria convertido em um projeto moderno. Em todo caso, os usos populares captados por Lina seriam mantidos e permeados por espelhos d’água, lanchonetes, bibliotecas, obras de arte, etc. Para que o terreno pudesse comportar todo o programa previsto para o SESC da Pompeia, com a opção de manter a velha fábrica, seria necessário edificar duas torres no final do lote. Decisão adotada pela arquiteta e que conferiu também aspecto monumental para o complexo.



terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

GUSTAVO PENNA

Gustavo Penna é um arquiteto brasileiro da cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais. Considerado expoente nos anos 80 da arquitetura pós-moderna em Minas Gerais. Recebeu prêmios como a Medalha Santos Dumond e a Grande Medalha da Inconfidência.


Gustavo Penna é graduado em arquitetura pela Universidade Federal de Minas Gerais em 1973. No mesmo ano de sua formatura, constituiu seu escritório que recebe seu nome. Projetou diversas obras, dentre elas o prédio da Rede Globo Minas, o Expominas, o Museu de Congonhas, a sede da Escola Guignard, além de vários projetos residenciais. Também realizou obras de cunho urbanístico, como a intervenção na orla da Lagoa da Pampulha e na área da Praça Sete, os pontos mais conhecidos da capital mineira.

O prédio da Escola Guignard, implantado junto a Serra do Curral é repleto de simbolismo, reafirmando a tradição cultural de Minas Gerais numa linguagem contemporânea. Classificada pela revista Projeto como uma das 30 obras arquitetônicas de maior relevância no Brasil, a edificação é hoje um orgulho para os mineiros.
É um dos autores do projeto do Memorial da Imigração Japonesa, localizado no Parque Ecológico da Pampulha, inaugurado em 2009.
Seu escritório é também responsável pelo projeto de reforma do Estádio do Mineirão, para a Copa de 2014.

LINA BO BARDI



Lina estudou na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Roma durante a década de 1930 mas mudou-se para Milão, onde trabalha para Giò Ponti, editor da revista Domus. Ganha certa notoriedade e estabelece escritório próprio, mas durante a II Guerra Mundial enfrenta um período de poucos serviços, chegando a ter o escritório bombardeado. Conhece o escritor e arquiteto Bruno Zevi, com quem funda a revista semanal A cultura della vita. Neste período Lina ingressa no Partido Comunista Italiano e participa da resistência à ocupação alemã.
Casa-se com o jornalista Pietro Maria Bardi em 1946 e neste ano, em parte devido aos traumas da guerra e à sensação de destruição, parte para o Brasil, país que acolherá como lar e onde passará o resto da vida (em 1951 naturaliza-se brasileira).
No Brasil, Lina encontra uma nova potência para suas idéias. Existe, para a arquiteta, uma possibilidade de concretização das idéias propostas pela arquitetura moderna (da qual Lina insere-se diretamente), num país com uma cultura recente, em formação, diferente do pensamento europeu. Ao chegar no Brasil, Lina deseja morar no Rio de Janeiro. Encanta-se com a natureza da cidade e o edifício moderno do Ministério da Educação e Saúde Pública (Edifício Gustavo Capanema, projetado por uma equipe de jovens arquitetos liderados por Lucio Costa que tiveram consultoria de Le Corbusier). Instala-se porém em São Paulo, projetando e construindo, mais tarde, uma casa no bairro do Morumbi, a Casa de Vidro.
No País, Lina desenvolve uma imensa admiração pela cultura popular, sendo esta uma das principais influências de seu trabalho. Inicia então uma coleção de arte popular e sua produção adquire sempre uma dimensão de diálogo entre o Moderno e o Popular. Lina fala em um espaço a ser construído pelas próprias pessoas, um espaço inacabado que seria preenchido pelo uso, pelo uso popular cotidiano.
Os Bardi tornam-se personagens constantes na vida intelectual do país, relacionando-se com personalidades diversas da cultura brasileira. Tendo conhecido Assis Chateubriand neste período, Lina aceita o pedido do projeto da sede um museu sugerido pelo jornalista. No final dos anos 1950, aceitando um convite de Diógenes Rebouças, vai para Salvador proferir uma série de palestras. É o início de uma temporada na Bahia, onde dirigiu o Museu de Arte Moderna e fez o projeto de recuperação do Solar do Unhão. Dona Lina, como os baianos a chamavam, permaneceu em Salvador até 1964.
No final da década de 70 executou uma das obras mais paradigmáticas, o SESC Pompéia, que se tornou uma forte referência para a história da arquitetura na segunda metade do século XX.
Lina manteve intensa produção cultural até o fim da vida, em 1992. Faleceu, porém, realizando o antigo sonho de morrer trabalhando, deixando inacabado o projeto de reforma da Prefeitura de São Paulo

TADAO ANDO

Tadao Ando, é um arquiteto japonês, professor emérito da Universidade de Tóquio.
Foi premiado em 1995 com o Prémio Pritzker (a maior distinção formal para um arquiteto), doando os cem mil dólares do prêmio para os órfãos do Terremoto de Kobe.
Uma das especificidades de Tadao Ando é que ele não recebeu nenhuma qualificação formal (estudos universitários) para exercer Arquitetura. Tendo trabalhado como caminhoneiro e lutador de boxe, autodidata, passou a estudar por sua conta Arquitetura, tendo viajado pela Europa e pela América do Norte para aprofundar os seus conhecimentos na área.
Finalmente em 1969, Ando funda a firma Tadao Ando Architects & Associates. Trabalhando na sua cidade natal de Osaka, o trabalho do autodidata chama, então, a atenção da crítica, dando um empurrão para uma carreira que viria a ser premiada em 1995 com o Prémio Pritzker.



AO PROPOR UMA ARQUITETURA ESSENCIALMENTE SENSORIAL, INTROSPECTIVA E DE INIGUALÁVEL SUTILEZA, TADAO ANDO SE DESTACA NO CENÁRIO INTERNACIONAL POR SEUS EDIFÍCIOS SINGELOS E PUROS. PELO SILÊNCIO, SUA ARQUITETURA EVOCA UMA NECESSÁRIA REFLEXÃO SOBRE O PROPÓSITO DESSES ESPAÇOS, E FAZ DO SER HUMANO UM ELEMENTO FUNDAMENTAL DE SEUS PROJETOS, ASSIM COMO A NATUREZA, REPRESENTADA POR RECORTES PRECISOS DE LUZ, CORRENTES DE AR E ESPELHOS D'ÁGUA.
Uma casa pequena, de 57 m2, no centro velho de Osaka, chama a atenção entre duas pequenas casas geminadas. Na verdade, não chama: a grande parede de concreto passa despercebida para a maior parte dos passantes, dada a sua simplicidade. Pesada, pura, com as marcas das fôrmas e os furos de ancoragem cuidadosamente alinhados, a parede de dois andares de altura tem um recorte que serve de passagem para um minúsculo hall. Ali, uma clarabóia dá indício de como o espaço interno será marcado pela luz. A casa, que ocupa todo o lote, é uma grande caixa de concreto onde o terço central é deixado vazio, criando um pátio interno. Na impossibilidade de aberturas laterais, o arquiteto decidiu criar sua própria paisagem e estabeleceu uma relação dos cheios com o vazio que ordena toda a circulação da casa e permite a entrada de luz e ar para os cômodos. É 1976, e o jovem arquiteto Tadao Ando se destaca com essa singela construção, posteriormente premiada pela Associação de Arquitetos do Japão. Tratase de uma espécie de "casa-manifesto", onde o arquiteto semeia com invejável precisão uma síntese do que viria a ser sua pesquisa nas décadas seguintes.