domingo, 27 de fevereiro de 2011

TADAO ANDO - OBRAS

AWAJI YUMEBUTAI
O Yumebutai Awaji é um complexo de hotéis, auditórios, interiores e exteriores, jardim botânico e jardim de inverno , localizado na Ilha Awaji , Japão . Foi planejado como um memorial do grande terremoto que ocorreu na região de Kobe. Ele é construído na encosta de uma colina, cuja terra foi utilizada como preenchimento em outro projeto importante que ocorre na área da baía de Osaka, reconstruindo a paisagem que havia sido destruída.




IGREJA DA LUZ
A Igreja da Luz, assim como as demais obras de Tadao Ando, é marcada por uma profunda simplicidade formal e monumentalidade espacial, que lhe impregna uma forte sensação de espiritualidade e de contato com a natureza e com os elementos, sem no entanto estar diretamente ligada a qualquer deidade ou religião em particular. A luz como elemento de aproximação espiritual, é aqui trabalhada de forma magistral, e suas paredes de betão, que com cerca de 7 metros de altura, conferem uma escala monumental e imponente a todo o conjunto.
Construida em um suburbio de Osaka, mais precisamente em Ibaraki, e com 113 m2 de área, a Igreja da luz se constituiu a partir da secção de um volume retangular por um muro independente estruturalmente, separando assim o vestíbulo da capela propriamente dita.
A parede atrás do altar é recortada, formando um vazio de uma cruz. E é por meio dessa abertura que a luz entra iluminando o templo escuro. A luz é, na realidade, o único elemento natural que penetra no edifício, julgando e subjugando todos os elementos compositivos e materiais que formam a igreja.



GUSTAVO PENNA - OBRAS

EXPOMINAS - BH
A visão do centro para quem chega de frente é monumental. Um grande portal marca sua entrada nobre ao eixo principal dos percursos.
Foi pensado de forma a dar rapidez e menor custo na execução dos eventos ali realizados. Segundo os próprios criadores, a versatilidade é a característica principal do centro. São três pavilhões autônomos, que também podem ser interligados.




MEMORIAL DA IMIGRAÇÃO JAPONESA
O museu a céu aberto celebra a amizade entre o Japão e o estado de Minas Gerais e o que essa relação foi capaz de construir, segundo site do próprio Gustavo Penna.
O museu é uma ponte sobre um lago, que liga os territórios. O percurso parte do Japão para Minas. Foram dispostas de cada lado paredes curvas que fazem alusão às duas bandeiras: o círculo e o triângulo vermelhos.
O memorial está localizado no Parque Ecológico Promotor José Lins do Rego, na Pampula, em Belo Horizonte.




LINA BO BARDI - OBRAS

MUSEU DE ARTE DE SÃO PAULO - MASP
Uma dos aspectos mais importantes da obra de Lina Bo Bardi é a sensibilidade demonstrada em relação aos lugares em que trabalhava, sabendo valorizar e preservar os elementos relevantes, valorizando-os pela inclusão de componentes modernos. A mesma observação vale para situações de intervenção no meio urbano, rural ou no interior de construções existentes.
O MASP é o grande exemplo de diálogo entre lugar urbano e intervenção, em que as sugestões do primeiro se incorporam à forma sem determiná-la.



SESC POMPÉIA
Ao visitar a Fábrica de Tambores, o lugar onde seria implantado o SESC (1977), a arquiteta Lina Bo Bardi, encontrou uma bela construção, feita com estrutura pioneira no Brasil de concreto armado com vedações em alvenaria. O que mais chamou a atenção da arquiteta, porém, foi o espaço que, durante os finais de semana era povoado por famílias com crianças brincando e jovens se divertindo. A arquiteta, percebendo a espontaneidade e veracidade daquelas atividades, considerou a situação presenciada para o partido do projeto: “Pensei: isso tudo deve continuar assim, com toda esta alegria”.
A velha fábrica, construída a partir de tecnologia importada e sofisticada para a época, haveria, para a arquiteta, de ser reinventada. O projeto do SESC Pompeia propõe a manutenção do espaço livre dos galpões, mas sugere catalisadores das atividades e da vitalidade do lugar: as funções da antiga estrutura seriam reprojetadas e o projeto de tecnologia fabril seria convertido em um projeto moderno. Em todo caso, os usos populares captados por Lina seriam mantidos e permeados por espelhos d’água, lanchonetes, bibliotecas, obras de arte, etc. Para que o terreno pudesse comportar todo o programa previsto para o SESC da Pompeia, com a opção de manter a velha fábrica, seria necessário edificar duas torres no final do lote. Decisão adotada pela arquiteta e que conferiu também aspecto monumental para o complexo.



terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

GUSTAVO PENNA

Gustavo Penna é um arquiteto brasileiro da cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais. Considerado expoente nos anos 80 da arquitetura pós-moderna em Minas Gerais. Recebeu prêmios como a Medalha Santos Dumond e a Grande Medalha da Inconfidência.


Gustavo Penna é graduado em arquitetura pela Universidade Federal de Minas Gerais em 1973. No mesmo ano de sua formatura, constituiu seu escritório que recebe seu nome. Projetou diversas obras, dentre elas o prédio da Rede Globo Minas, o Expominas, o Museu de Congonhas, a sede da Escola Guignard, além de vários projetos residenciais. Também realizou obras de cunho urbanístico, como a intervenção na orla da Lagoa da Pampulha e na área da Praça Sete, os pontos mais conhecidos da capital mineira.

O prédio da Escola Guignard, implantado junto a Serra do Curral é repleto de simbolismo, reafirmando a tradição cultural de Minas Gerais numa linguagem contemporânea. Classificada pela revista Projeto como uma das 30 obras arquitetônicas de maior relevância no Brasil, a edificação é hoje um orgulho para os mineiros.
É um dos autores do projeto do Memorial da Imigração Japonesa, localizado no Parque Ecológico da Pampulha, inaugurado em 2009.
Seu escritório é também responsável pelo projeto de reforma do Estádio do Mineirão, para a Copa de 2014.

LINA BO BARDI



Lina estudou na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Roma durante a década de 1930 mas mudou-se para Milão, onde trabalha para Giò Ponti, editor da revista Domus. Ganha certa notoriedade e estabelece escritório próprio, mas durante a II Guerra Mundial enfrenta um período de poucos serviços, chegando a ter o escritório bombardeado. Conhece o escritor e arquiteto Bruno Zevi, com quem funda a revista semanal A cultura della vita. Neste período Lina ingressa no Partido Comunista Italiano e participa da resistência à ocupação alemã.
Casa-se com o jornalista Pietro Maria Bardi em 1946 e neste ano, em parte devido aos traumas da guerra e à sensação de destruição, parte para o Brasil, país que acolherá como lar e onde passará o resto da vida (em 1951 naturaliza-se brasileira).
No Brasil, Lina encontra uma nova potência para suas idéias. Existe, para a arquiteta, uma possibilidade de concretização das idéias propostas pela arquitetura moderna (da qual Lina insere-se diretamente), num país com uma cultura recente, em formação, diferente do pensamento europeu. Ao chegar no Brasil, Lina deseja morar no Rio de Janeiro. Encanta-se com a natureza da cidade e o edifício moderno do Ministério da Educação e Saúde Pública (Edifício Gustavo Capanema, projetado por uma equipe de jovens arquitetos liderados por Lucio Costa que tiveram consultoria de Le Corbusier). Instala-se porém em São Paulo, projetando e construindo, mais tarde, uma casa no bairro do Morumbi, a Casa de Vidro.
No País, Lina desenvolve uma imensa admiração pela cultura popular, sendo esta uma das principais influências de seu trabalho. Inicia então uma coleção de arte popular e sua produção adquire sempre uma dimensão de diálogo entre o Moderno e o Popular. Lina fala em um espaço a ser construído pelas próprias pessoas, um espaço inacabado que seria preenchido pelo uso, pelo uso popular cotidiano.
Os Bardi tornam-se personagens constantes na vida intelectual do país, relacionando-se com personalidades diversas da cultura brasileira. Tendo conhecido Assis Chateubriand neste período, Lina aceita o pedido do projeto da sede um museu sugerido pelo jornalista. No final dos anos 1950, aceitando um convite de Diógenes Rebouças, vai para Salvador proferir uma série de palestras. É o início de uma temporada na Bahia, onde dirigiu o Museu de Arte Moderna e fez o projeto de recuperação do Solar do Unhão. Dona Lina, como os baianos a chamavam, permaneceu em Salvador até 1964.
No final da década de 70 executou uma das obras mais paradigmáticas, o SESC Pompéia, que se tornou uma forte referência para a história da arquitetura na segunda metade do século XX.
Lina manteve intensa produção cultural até o fim da vida, em 1992. Faleceu, porém, realizando o antigo sonho de morrer trabalhando, deixando inacabado o projeto de reforma da Prefeitura de São Paulo

TADAO ANDO

Tadao Ando, é um arquiteto japonês, professor emérito da Universidade de Tóquio.
Foi premiado em 1995 com o Prémio Pritzker (a maior distinção formal para um arquiteto), doando os cem mil dólares do prêmio para os órfãos do Terremoto de Kobe.
Uma das especificidades de Tadao Ando é que ele não recebeu nenhuma qualificação formal (estudos universitários) para exercer Arquitetura. Tendo trabalhado como caminhoneiro e lutador de boxe, autodidata, passou a estudar por sua conta Arquitetura, tendo viajado pela Europa e pela América do Norte para aprofundar os seus conhecimentos na área.
Finalmente em 1969, Ando funda a firma Tadao Ando Architects & Associates. Trabalhando na sua cidade natal de Osaka, o trabalho do autodidata chama, então, a atenção da crítica, dando um empurrão para uma carreira que viria a ser premiada em 1995 com o Prémio Pritzker.



AO PROPOR UMA ARQUITETURA ESSENCIALMENTE SENSORIAL, INTROSPECTIVA E DE INIGUALÁVEL SUTILEZA, TADAO ANDO SE DESTACA NO CENÁRIO INTERNACIONAL POR SEUS EDIFÍCIOS SINGELOS E PUROS. PELO SILÊNCIO, SUA ARQUITETURA EVOCA UMA NECESSÁRIA REFLEXÃO SOBRE O PROPÓSITO DESSES ESPAÇOS, E FAZ DO SER HUMANO UM ELEMENTO FUNDAMENTAL DE SEUS PROJETOS, ASSIM COMO A NATUREZA, REPRESENTADA POR RECORTES PRECISOS DE LUZ, CORRENTES DE AR E ESPELHOS D'ÁGUA.
Uma casa pequena, de 57 m2, no centro velho de Osaka, chama a atenção entre duas pequenas casas geminadas. Na verdade, não chama: a grande parede de concreto passa despercebida para a maior parte dos passantes, dada a sua simplicidade. Pesada, pura, com as marcas das fôrmas e os furos de ancoragem cuidadosamente alinhados, a parede de dois andares de altura tem um recorte que serve de passagem para um minúsculo hall. Ali, uma clarabóia dá indício de como o espaço interno será marcado pela luz. A casa, que ocupa todo o lote, é uma grande caixa de concreto onde o terço central é deixado vazio, criando um pátio interno. Na impossibilidade de aberturas laterais, o arquiteto decidiu criar sua própria paisagem e estabeleceu uma relação dos cheios com o vazio que ordena toda a circulação da casa e permite a entrada de luz e ar para os cômodos. É 1976, e o jovem arquiteto Tadao Ando se destaca com essa singela construção, posteriormente premiada pela Associação de Arquitetos do Japão. Tratase de uma espécie de "casa-manifesto", onde o arquiteto semeia com invejável precisão uma síntese do que viria a ser sua pesquisa nas décadas seguintes.